terça-feira, outubro 30, 2007

Nas livrarias

Saudações culturais.
A 2ª edição revista e ampliada do livro 85 Letras e um Disparo já se encontra em todas as livrarias do Estado de São Paulo. Quem quiser adquirir antes mesmo do lançamento ou está fora de Sampa, pode comprar pela internet, no site da Global editora o frete é grátis, no site da Siciliano o livro ainda tem 12% de desconto e sai por R$ 20,24. O valor normal é de R$ 23,00. Aproveite. Quem preferir pode encomendar em qualquer livraria que o livro chega rapidinho.
Endereços:

Link para vídeo

Esse link aí abaixo é para aqueles que não viram a matéria comigo lá no sofá do Jô, ou para quem quer rever a entrevista. Aviso: a matéria não tá na íntegra, só tem os primeiros 11 minutos.

sexta-feira, outubro 26, 2007

Todos convidados

Release 2ª edição

clique para ampliar

Eu e elas e eles

Sacolinha
Eu e minha noiva Alessandra, responsável pelo Pró-Jovem em Suzano
Ao lado da Tiêta do Agreste
Moacyr Scliar
Ao lado do prefeito de Suzano que ficou contente em tirar foto comigo
Com o Sérgio Mambert (tio Vitor) e o amigo Passarinho
Com Loyola Brandão e Walmir Pinto, secretário de cultura de Suzano
Aqui tô com outro escritor, Nelson de Oliveira
Buzo, Sérgio Vaz, Dinha e eu
Ao lado do mestre Oswaldinho da Cuíca
Com o cabra arretado Marcelino Freire, e tenho ditO

Terceira pessoa

Os Prazeres de Sara
... E, no entanto, é ser humano... (Trecho da poesia “Mina da Periferia”, do poeta Marcopezão)

Acordou decidida. Aquela seria a noite: ia dançar até seu corpo derreter em suor. A semana inteira tinha sido de trabalho pesado e condução lotada. Agora é só se entregar ao prazer com muita cachaça e forró. Desde que Sara ficou sozinha no mundo, perdendo toda a família num incêndio que aconteceu na favela do Arco-Íris, ela se consola bebendo cachaça e dançando forró. De toda a família era a única que tinha conseguido emprego com carteira assinada. Os outros dois irmãos haviam se juntado à mãe e ao avô na produção de bonecas pretas. A casa em que viviam, na verdade, de casa tinha muito pouco. Era um barraco e fora pago com muito sacrifício por toda a família, na época anterior ao Real, e custara muito ganhar o dinheiro para comprá-lo. Tudo se resumia a um barraco feio, mas, com a força e a criatividade da família, virou até destaque na favela. Usaram palha da costa na reforma e depois umas tintas que sobraram de uma construção e que foram dadas ao avô de Sara. Ficou uma beleza... Aí vieram as giras e as cantorias, os benzimentos e os passes, as esperanças de muito axé; tudo para atrair a melhor das proteções para aquele ambiente familiar conseguido com tanta luta. Só que de nada adiantaram os pedidos e oferendas e a proteção não foi suficiente para conter o fogo que se alastrou por toda a favela naquela noite de 24 de dezembro. A brincadeira dos marmanjos que acendiam rojões descuidadamente matou dezesseis pessoas. Entre elas estava toda a família de Sara. Só ela conseguiu se salvar porque se encontrava na casa de uma amiga, em outra favela, festejando a chegada do Natal. Foi um baque terrível no coração de Sara, um choque que ficaria para sempre em sua vida. Por incrível que pareça, ela só conseguiu suportar a perda graças ao forró e a cachaça. Houve mesmo até quem achasse que melhor seria se ela tivesse ido junto com os parentes... Dois meses depois do ocorrido Sara ergueu a cabeça e também o barraco. Voltou a trabalhar e a viver. Parou de freqüentar o terreiro ao descobrir o forró. Só nele sentia uma nova sensação, provocada pelas luzes, pela música que mexia com ela toda assim que o triângulo, a sanfona, o reco-reco e o bloco sonoro invadiam o salão. Aí sim, todo seu interior gemia de prazer. Aquele ritmo nordestino lhe trazia alegria e leveza; uma satisfação que nem ela sabia explicar. Uma sensação doce e diferente, um incrível e irresistível tesão. Pra melhorar a coisa, criara irmanada amizade com a cachaça. Eram comparsas e confidentes uma da outra! Aí pronto, estava como o diabo gosta... Hoje Sara não troca a cachaça e uma noite de forró por nada neste mundo, pois acorda pensando na “mardita” e dorme pensando no forró. Não vê a hora de chegar o fim de semana pra se extasiar: sexta, sábado e domingo saracoteando o corpo, balançando a bunda, arrastando os pés naquele vai-não-vai como quem cerca galinha no terreiro. A sensação que toma conta de sua alma quando não realiza o que gosta é a mesma que sente o viciado em drogas quando está sem o tóxico. Na abstenção, suas mãos tremem, seu espírito emburra, o pensamento embota, os movimentos lembram filme em câmera lenta. Sara mal consegue se concentrar; vira espectro de gente... Mas naquela noite especial seria diferente, muito diferente. Acordara cedo e bem disposta; limpara toda a casa, lavara o banheiro, fizera uma comida cujo cheiro se fazia sentir longe. Depois passara o resto da tarde e o início da noite a ensaiar passos de forró. “Vixe”, que vai ser bom demais... Ao anoitecer, banho tomado e demorado, Sara saiu do banheiro como veio ao mundo. Depois que passara a morar sozinha, criara o hábito de andar nua pela casa. Seu corpo ainda tinha o viço dos primeiros dias de mocinha. Só a morte da família a envelhecera um pouco, mas ainda mantinha o corpo firme e cheio de curvas. Os seios duros, com bicos arrepiados e esperançosos por carinhos atrevidos, pareciam apontar algo no horizonte na vida daquela mulher. Sara senta na cama e, enquanto coloca a minúscula calcinha branca, desvia o olhar para o retrato da família pregado na parede. Apesar da saudade que sente, não traz no semblante sinal algum de tristeza. No íntimo, Sara está sempre como que preparada para, a qualquer hora, ir ao encontro deles numa grandiosa festa. Mas isso é fantasia e agora só pensa em alegrar-se; é isso aí: naquela noite, só alegria em viver aquilo que mais gosta na vida! — É hoje, é hoje, é hoje — repetia mentalmente e não pensava em outra coisa. O show vinha sendo anunciado há mais de um mês e há duas semanas os ingressos já tinham sido todos vendidos. Ia ver o grupo que tanto gostava; é, ia ser o máximo. Olha mais uma vez para o retrato na parede. Repara os traços duros do rosto do avô. Lembra-lhe a personalidade forte de homem que não deixa para amanhã o que pode fazer hoje, que nunca mede esforços para ter o que quer. Para ele não tinha tempo feio. Depois olha a mãe, sua figura que começa a desbotar no colorido esmaecido do retrato. Grande mulher, incentivadora da cultura afro, incentivadora da auto-estima em todos daquela família que liderava desde que o marido saíra para comprar leite para o filho recém-nascido e nunca mais voltara. Sara havia puxado a beleza da mãe, mas a morte de todos e a chegada da pinga em sua vida faziam com que se escondesse algo de sua beleza natural. Os lábios viviam ressecados, as olheiras passaram a emoldurar o seu olhar e as unhas, a cada dia que passava, iam se tornando cada vez mais frágeis e quebradiças. Mas Sara pouco se lixava para isso. Para ela o que valia mesmo eram as noites de forró nos finais de semana, regadas a muita música e cachaça. E aquela noite ia ser o máximo! Era tudo o que a fazia viver: muita emoção e alegria em meio ao calor que sentia agitando o corpo na noite e ao som que tão prazerosamente a embalava. Ao terminar de se vestir, Sara colocou os brincos, pegou a carteira, conferiu o dinheiro, deu uma última olhada no espelho e tchau pra quem fica. Na saída, uma saudação ao Exu pendurado na porta. Era lembrança da Casa de Jorge Amado e que a mãe trouxera como recordação da viagem que um dia fizera à Bahia. Só aquele amuleto tinha se salvado do fogo que tentara, mas não conseguira, derreter-lhe o ferro. No ponto de ônibus muitos passaram acionando a buzina para aquela mulher à espera da condução, à espera de uma noite feliz e nunca vivida antes. Finalmente se viu embarcada naquele veículo poeirento e cheio de gente. O percurso até a casa noturna pareceu demorar uma eternidade. Quando desembarcou, viu que na porta do baile já havia uma imensa fila. No meio da balbúrdia, identificou as amigas de sempre. Entra na frente de uma delas e depois dos cumprimentos começa a procurar o convite e algum dinheiro para comprar uma batida de amendoim. Depois de dar algumas goladas na bebida, passa o copo para as colegas de forró. Sara e os outros da fila mexem os corpos no ritmo do som que vaza pelos buracos na parede da casa noturna. O copo retorna às suas mãos e a pequena dose restante é consumida por ela em um só gole. Seca os lábios com o dorso do braço esquerdo, sem cuidado algum, fazendo o batom borrar os seus lábios. Finalmente, Sara se vê dentro do paraíso. Muitos pares dançam; alguns arriscam passos solitários; outros aguardam a hora certa de chamar ou serem chamados para dançar. De tempos em tempos o DJ anuncia a grande atração da noite: — Enquanto isso vão dançando ao ritmo das minhas mãos... Uhuuuu!... Sara e as colegas ocupam uma mesa no barzinho; pedem bebidas e ficam a conversar e a paquerar. Só ela está em sintonia consigo e com o mundo... Pessoas e mais pessoas entrando, dançando, barulho, suor começando a escorrer, conversas abafadas, harmonia, felicidade e tempo de se liberar, perder o juízo... é aquela sensação gostosa, incrível, fantástica, que voltava a habitar seu mundo. Era como um ato natural, como beber água no copo de sempre, como dormir cansada na própria cama. Que maravilha! Toma uma dose de conhaque e sai pelo salão bailando sozinha. Leve e solta se deixa conduzir pela música: Mais uma noite que vem e eu aqui sem ninguém... Com habilidade natural, Sara remexe a bunda junto a seu par imaginário. Puro erotismo no ar... O coração no sufoco, de amor quase louco e ela não vem... Ela roda o corpo de um lado pro outro. Sara começa a se liberar; o suor escorre pela face, pelas costas, pelas pernas roliças. Só tem ouvidos para o vozerio e para a música: Meu coração é cigano, mas é cigano acampado, E qualquer hora ele empaca, e chuta o pau da barraca, E deixa o coração de lado... Muitas músicas foram ouvidas e dançadas solitariamente madrugada afora, até que o DJ anunciou a grande atração da noite. Os corações palpitam à medida que a fumaça vai tomando conta do palco. Os gritos se multiplicam. Os pares agarradinhos se preparam para o rala-coxa final, o chachado derradeiro. Moças solitárias e mulheres maduras aproveitam para descansar, outras preferem ficar gritando para o vocalista do grupo. Em êxtase balançam freneticamente as mãos no ar. A partir deste momento o DJ se aposenta e só se ouve música ao vivo no salão calorento e de cheiro azedo. É o show que começa. A saudade quando pega dói, não tem dó do coração, Faz o caboclo chorar, chorar, chorar, chorar, chorar... Nas primeiras cinco músicas, Sara se embalou lentamente esperando que alguém a tirasse para dançar. Como tal não aconteceu, viu que tinha sobrado pra ela mesma. Bebeu mais umas e outras e dançou, dançou e dançou. O que começara à uma da manhã não tinha hora pra acabar. Só parou uma vez para ir ao banheiro e logo voltou àquele mundo que tanta felicidade parecia saber lhe proporcionar. No meio da dança ingeriu cachaça, vodca, uísque, bagaceira e muitas doses de caipirinha. Sentia seu corpo leve como o de um pássaro a voar sobre um campo verdejante. Foi aí que tudo aconteceu. Eram quatro da manhã e o grupo começou a tocar a saideira: Ela sentiu saudades, ela me ligou... Sara sente as pernas bambas, trêmulas. Parece-lhe que vai virar nos calcanhares quando seu corpo negro cai no chão. Confusa, só tem a recordação do retrato na parede com as figuras da família que insistiam em morar em sua lembrança. Ninguém vê a mulher que se debate no chão pisadíssimo da casa noturna. Ela diz que sofreu, sofreu de solidão, e por telefone ela pediu perdão... Um jovem vê Sara caída na pista de dança e corre para ajudar. Pede por socorro e pela intensidade com que Sara se debate o jovem julga que ela sofre muito. Mas ele se engana, Sara está livre, leve e solta; seu corpo parece flutuar. O cantor pede ao público que acompanhe a música na palma das mãos. É o fechamento do show com chave de ouro. O ruído é intenso e ninguém ouve o pedido de ajuda do jovem que tenta socorrer Sara. Ela diz que me ama, ela se soltou, e por telefone ela se entregou. Ela diz que vem, e eu vou esperar... O corpo de Sara não mais convulsiona e apenas se deixa abater por um leve tremor. Seus olhos antes vivos e provocantes começam a perder o brilho. Uma lágrima escorre serena pelo canto da face contrária àquela que repousa sobre o chão. Enquanto a música vai de encontro ao final da festa, o rosto de Sara serenamente transfigura-se, relaxado, parecendo esboçar um leve sorriso. Ela chorou de amor, de que que ela chorou... Foi a última frase que ela ouviu. Um longo e suave suspiro saiu por sua boca entreaberta. Uma leveza absoluta e definitiva tomou conta de todo o corpo de Sara. Agora sentia que já não era mais o retrato na parede, mas toda a sua família que vinha a seu encontro.
Sacolinha

Primeira pessoa

Intolerância
... DE SIS TI. Não dava mais menina. Acordei de manhãzinha, liguei pra minha mãe e pedi pr’ela me buscar. Arrumei minhas coisas e ZAP. Fui. Quando ele acordou eu já tava looonge. Agora imagina: eu, desprendida desse jeito, adoro uma farrinha, uma cervejinha... Ficar com aquele parasita? Não deu amiga. Vi que aquilo não era pra mim. Depois que ele entendeu, ligou pra minha pessoa, resmungando que eu nem tinha se despedido. O que ele queria? Beijinho, sexo e café da manhã na cama? Ah, não vigia não pra vê. Deixei tudo lá, só peguei minhas roupas e meus cd’s, não quis mais nada. Essa vida não é pra mim. Esperta foi minha prima, faltando dois dias pro casamento dela, cancelou tudo. Ainda ligou para o noivo e disse que não iria casar porque não gostava dele. Ririririri. Só rindo mesmo, né? Agora imagina, depois de quatro anos juntos é que ela foi avisá-lo disso. Pode? Ah, eu sei que eu sou eu. Num gostei de uma coisa, renuncio. Num sô obrigada. Mando tudo pro inferno. Esse emprego mesmo, onde já se viu? Folguei ontem que era sábado pra trabalhar hoje. Uhhh, ninguém merece. Num fiz nada, fiquei pra cima e pra baixo o tempo todo. Bebi duas cervejas lá no bar e fiquei zanzando igual cachorro faminto atrás de algo, sem necas de catibiriba pra fazer. De tarde fui com meu irmão no mercado, aí tomamos uma cerveja e pronto. Foi assim a minha folga. Tomara que hoje o ambulatório esteja funcionando. Vou fingir que tô passando mal só pra não atender. DO MIN GO, UM SOL DE SSE, o povo tudo na rua se divertindo e eu LÁ, com o fone no ouvido OUVINDO reclamações dos filhinhos de papai? Ah, nem morta minha fia. Sexta eu fui lá na boate da Radial, eu e a Cléia. MI NI NA, tinha dois gabirú lá, qui-pelo-amor-de-Deus. Primeiro só ficaram nos olhando, depois vieram com um papinho de colocar o copo em cima da nossa mesa... ai, ai, ai, ai, ai. A Cléia olhou pra mim, viu qu’eu num tava gostando nada daquele papo furreco e me chamou pro banheiro. Aí, combinamos de ir pr’outra balada que ali, num ia dar em nada. Fomos lá pro Atelier’s Bar, ali na Vila Madalena. Conhecemos muita gente. Só tinha um palerma por lá que insistiu querendo o meu telefone, aí passei o da Cléia e pronto. Dancei muito. Ririririri. Ah, eu sô muito baladeira. Quem num gosta disso é minha mãe, vive reclamando. Eu falo, “mãe, tô saindo” aí ela “pra onde minha filha”, “ah, sei lá, vou pra balada”. Aí reclama, reclama, reclama. É que ela é crente né, tadinha. Vive dizendo Deus pra lá, Deus pra cá. Aja paciência. Vamos marcar uma baladinha semana que vem, amiga? Tem que ser boa, nóis vai lá pro centro que tem bastante opção. Aí, na volta a gente arruma alguém que tenha carro pra nos trazer. O ruim de nóis morar desse lado é a condução. Sair lá dos cafundó de condução, é a gota. As minas que vem pr’esses bailes daqui do centro, só vem de carro. Precisamos arrumar uns amigos motorizados, viu? Mas num pode ser qualquer carro não. Falando nisso teve uma vez que eu marquei encontro cum menino pela internet. Ele tinha carro e tudo, mas quando eu cheguei no local, que vi aquele barango, corri que nem uma doida de volta pra casa. Eu hein, xô, credo e cruz. Taí outra coisa que num tenho paciência. Esse negócio de ficar batendo papo no computador. Eu num fico mais que uma hora. Digo tchau, que tô saindo, ou marco logo um encontro e PRONTO. E essas pessoas que ficam na internet procurando namoro é porque num tem papo. É tudo nerd, não sai de casa e não sabe conversar. Eu hein, isso é cilada na certa. Ai amiga, essa nossa vida, num suporto. Só por Deus mesmo. Deixa eu ir, antes qu’eu resolva dar meia volta e mandar tudo pro inferno junto com meu supervisor. Até mais amiga. Bye, bye.
__*__ Sacolinha!

quarta-feira, outubro 24, 2007

Sexta-feira

Não vão pra cama sem o gordo, e nem sem mim.

Fotos da entrevista

A entrevista foi boa, muito boa. E vai ao ar nesta sexta-feira, 26/11, após o Jornal da Globo. Não perca, porque eu não vou perder. Abraços... Sacolinha!!!
fotos: Marcos Cirillo

terça-feira, outubro 23, 2007

Programa do Jô

Olá todos e todas. Venho aqui para avisar que tô indo hoje ao Programa do Jô para gravar uma entrevista no sofá do homem. Essa entrevista vai ao ar ainda nesta semana.
Assim que tiver o dia exato eu publico aqui, tudo bem?
Abraços... Sacolinha!!!

domingo, outubro 21, 2007

Nessa semana

Amigos nessa semana estarei, como sempre, atarefadíssimo. Muitas palestras, saraus e atividades mil. Vale citar uma delas que tem um grande número de pessoas envolvidas: Projeto Cultura e Pensamento Quinta-feira, 25/10/2007 Mesa temática- As palavras: o futuro dos livros e da literatura Alessandro Buzo, SP Rogério de Campos, SP Sacolinha, SP ___*___ Local: São Paulo CEU Itaim Paulista – Zona Leste Saiba mais: www.acaoeducativa.org

sexta-feira, outubro 19, 2007

Evolução silenciosa

Comer pelas beiradas...
... E quando menos se esperar é dar o bote no recheio.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Coleção Literatura Periférica

Global editora convida para o lançamento da segunda edição do livro...
85 LETRAS E UM DISPARO
do escritor Sacolinha
Dia 08 de novembro, quinta, a partir das 18h30
Local: Livraria Nobel - Shopping Center 3
Av. Paulista, 2064 - Piso Cinelândia
(11) 3287-7387

Entre o sim e o não!

Passara a noite em claro. Não sabia se tinha feito a coisa certa. Há um mês seu cunhado tinha feito o pedido. Aquilo poderia mudar sua vida. Vinte por cento do dinheiro roubado seria dele, pra isso só precisava passar a rotina do banco e, na hora certa dar uma de vacilão, como não soubesse de nada. Pensou, pensou e pensou. Pensou demais. Havia ponto negativo? Sim, claro, se dar errado haverá ponto negativo pro resto da vida. Mas, dando certo, o ponto positivo será mais que positivo. Sairia daquele quartinho em que vive de favor há sete anos, com sua esposa e seus três filhos. Ela e as crianças dormem na cama e ele, mal dorme numa rede pendurada acima da sua família. Os móveis, quase todos ganhos ou comprados na loja de usados, mal cabem naquele cômodo com cheiro de mofo. Barata ali já faz parte da família. O menino mais novo nem se incomoda com elas, usa-as como brinquedo. Luciano têm muitos amigos e parentes que querem visitá-lo, mas, ele sempre adia o convite com uma frase típica do povo brasileiro: “Qualquer dia eu levo vocês para um almoço lá em casa”. Mas esse dia nunca chega. Agora poderia chegar. Se o assalto que ele concordou em ajudar der certo, aí vai convidar o pessoal para um churrasco na casa nova. Não sabe ao certo, mas o assalto pode render até duzentos mil reais, dos quais, quarenta mil virá para o seu bolso. Aceitou entrar no esquema. Trabalha numa agência do maior banco existente no país. Ali, é segurança há mais de três anos. Por isso conhece tudo e todos. Passou duas semanas seguidas preparando o croqui da rotina da agência. Era metódico no que fazia e fazia bem feito. Tanto, que quando a quadrilha de seu cunhado pegou as informações, ficou toda em polvorosa alegria. Aumentou de vinte para trinta por cento a parte de Luciano. Pois ali tinha tudo o que precisavam e mais um pouco. Até a hora exata de cada funcionário almoçar e os nomes dos clientes mais ricos daquela agência tinham nas folhas que Luciano passara para a quadrilha. Tudo estava acertado e sob controle. Mas ele não conseguira sequer cochilar esta noite que passou. Sentiu coisas estranhas, uma ansiedade seguida de frio na barriga. A orelha ficou quente o tempo todo. Parece que passou por alguns instantes de alucinação, ouvindo na madrugada gritos e cachorros latindo. O pior de tudo é que o silêncio após os latidos foi ensurdecedor. Não ouvia nada, nem mesmo a respiração da sua família amontoada naquela cama sustentada por blocos. O coração só acalmou lá pelas seis da manhã, quando sua esposa levantara. Ela trabalha numa pequena garagem com mais quatro amigas costurando roupas para uma senhora que atende encomendas de algumas marcas. Após se trocar e tomar um café sem pão, ela sai deixando as duas crianças mais velhas na escola do bairro. Luciano levanta e prepara o menino mais novo para levá-lo à pré-escola. Na porta da escolinha, ele respira fundo depois de deixar seu filho para mais um dia de recreação infantil. Promete para si mesmo que se tudo correr bem, fará da sua família as pessoas mais felizes do mundo. Antes de iniciar a caminhada de cinqüenta minutos que faz todos os dias para chegar ao trabalho, ele decide passar na porta de uma igreja e pede pra que tudo dê certo. O desespero era tanto que cada igreja que passava, renovava o pedido. Apesar de ser católico, não importava se a igreja era ou não do seu credo. Se passasse em frente a um terreiro também faria o pedido. O importante era que o assalto desse certo, não importava de onde viesse a ajuda. Dizia consigo mesmo que aquilo não era pecado, e que se fosse, Deus o perdoaria, pois todos esses anos em que fora funcionário daquele banco, nunca sequer ganhara uma promoção ou um elogio, eram só ordens daqui e dali. Todos, exceto a faxineira, davam ordens á ele. Até clientes que tinham uma conta recheada, ele teve de escoltar até o carro. E mal recebia um obrigado. Então, era mais do que justo aquilo em que estava metido. Não queria passar o resto da vida protegendo o dinheiro alheio e, ganhando uma mixaria pra isso. Ah, claro, ainda tinha a cesta básica e o vale transporte que ele vendia no terminal de ônibus para comprar a mistura da marmita. Trabalhava sem colete, sempre trabalhou. Seus superiores diziam que este instrumento não fazia parte do seu dia-a-dia, e que, num possível assalto tentasse impedi-lo de alguma maneira, mas que não reagisse. Todos esses pensamentos passavam na cabeça de Luciano enquanto ele caminhava rumo ao seu trabalho. E, quando passou em frente ao Presídio da Teotônio Cardoso, sentiu um frio na espinha que até doeu. Parou e fez um breve alongamento. Algo iria acontecer nesse assalto, ele só não sabia o quê. Chegou à agência e fez o de sempre. Tomou seu café com o segurança noturno, e após dispensá-lo, correu para a sala de filmagem e jogou água no sistema das câmeras que logo começou a falhar. Foi para o seu posto de trabalho, na porta, para controlar a entrada dos funcionários que às nove começavam a chegar, e entre esses, chegavam outros seguranças. Às dez da manhã, depois de todos os caixas estarem funcionando normalmente, a agência abria suas portas para mais um dia de atendimento. O gerente que naquele dia chegou mais cedo, chamara um dos seguranças na sala de filmagens para verificar o que tinha de errado com as câmeras que não funcionavam. Luciano tentava manter a calma, mas mesmo em meio ao ar condicionado, estava suando discretamente. Seus colegas de trabalho não perceberam. O assalto estava marcado para às onze. Pensou em ligar para seu cunhado e dizer que algo tinha dado errado e que cancelasse o assalto, mas reconheceu dois integrantes da quadrilha que já estavam na fila para entrar. Queria tomar um copo d’água, seu coração batia aceleradamente, num ritmo de “outudoounadaoutudonada”. Estava com a resposta no bolso da calça, um aparelho pequeno com um botão ao centro que podia travar ou destravar a porta. Quando o primeiro foi passar, a porta travou. Enquanto o assaltante abria a mochila numa interpretação, Luciano tinha as axilas pingando suor. Toda a sua situação econômica passou pela cabeça rapidamente. Vale a pena trocar o certo pelo duvidoso? O certo seria ele continuar naquela vida miserável com sua sogra olhando pra ele e vendo um mero inquilino que não paga aluguel, um impotente que só serve para fazer filho. O mais certo ainda, seria ele continuar dependendo de vereadores com suas promessas eleitoreiras e suas falas de “volta outro dia”. Ou de ficar participando de mutirões de casas próprias e nunca ser o sorteado. O duvidoso seria o assalto dar certo ou errado. Se desse certo ele iria comprar sua casa simples, de quatro cômodos, e dar uma vida melhor para os seus. Dando errado ele poderia ser descoberto e perder o emprego, ir preso ou até morrer. Vale a pena Luciano Mello da Silva? “Vale”. Disse ele consigo mesmo liberando a porta para o assaltante que já estava impaciente. A partir dele todos os clientes foram entrando sem problemas, inclusive os outros integrantes da quadrilha. A agência tinha dois andares e, enquanto dois assaltantes dominavam clientes e seguranças do andar de cima, um outro ficou na escada controlando a passagem. Na parte superior tudo ocorreu bem. O assalto estava dando certo e, não fosse o cunhado de Luciano, tudo passaria sem nenhum disparo. Na saída o desgraçado atirou no segurança que guardava a porta. Luciano caiu com um grito que ecoou por toda a agência. Clientes e funcionários que estavam na parte de baixo se apavoraram. O carro usado para a fuga da quadrilha se afastava do local em alta velocidade. Só quando estavam fora de serem perseguidos, é que comemoraram o sucesso da empreita. O chefe da quadrilha era elogiado pelo tiro certeiro que dera no braço de seu cunhado. Haviam acordado entre eles que um disparo em Luciano cortaria qualquer suspeita contra sua pessoa. Luciano passara dois dias no hospital. Lá ficara sabendo através de uma ligação o objetivo do disparo. Depois disso se acalmou, pois como não haviam combinado nada com ele, achara que o tiro fora para matá-lo e deixá-lo fora da partilha. Para ter os movimentos de volta no braço direito terá de fazer três meses de fisioterapia e tomar muito remédio. Mas isso não é nada perto do que conseguiu, pois além de ganhar seus trinta por cento, conseguiu sem muito esforço uma aposentadoria equivalente a três vezes o valor de seu salário, por conta do acidente ocorrido no ambiente de trabalho. Enquanto muitos migravam do Nordeste para São Paulo, ele resolveu fazer diferente. Comprou uma casa e mais um lote de terra em Ibirataia, interior da Bahia, e resolveu fugir da cidade paulistana. Agora trabalha em sua terra plantando e colhendo, levando as crianças para escola e cuidando bem de sua esposa. Agradece a Deus todos os dias e vive convidando seus amigos e parentes para comer em sua casa ou, quem sabe, passar umas férias por lá.
Sacolinha!

quinta-feira, outubro 11, 2007

Dia-a-dia

Amigos, tô sem tempo. Nesse feriado prolongado irei trabalhar pra caramba pra adiantar alguns trabalhos e projetos, e correr atrás dos que já estão atrasados. Vixe. Prometo publicar aqui um texto, dois, talvez três para compensar a falta de atualização. Por enquanto acessem: www.literaturanobrasil.blogspot.com E vão curtindo por enquanto. Abraços á todos e a todas.

terça-feira, outubro 09, 2007

Agenda

AMIGOS, e a correria continua. terça - 09 Reunião literária + Sarau EJA Suzano quarta - 10 Cooperifa - lançamento do livro Noite Adentro Piraporinha - Zona Sul quinta - 11 Show do grupo Palavra Cantada Sarau EJA Suzano sexta - 11 Inauguração da Praça Cidade das Flores Suzano sábado - 12 Pavio da Cultura Suzano

domingo, outubro 07, 2007

Entrevista

Quem quiser conferir a entrevista que dei para o Jornal da Escola Jornalista Francisco Mesquita clique no link abaixo. Aproveite e conheça um pouco mais do projeto "Literatura (é) Possível".

Convite

Você não pode deixar de ir no lançamento do livro Noite Adentro, do meu amigo Robson Canto. O cara sempre escreveu, mas só agora resolveu mostrar ao público a sua escrita. Aproveite a oportunidade.

sexta-feira, outubro 05, 2007

Imagens

Apresentando a Cooperifa em Suzano
Palestra para os alunos do projeto Literatura (é) possível Recitando poesia no Presídio Feminino de Santana

...

Saudações

Eita que tô na área. Ultimamente tô mais fora dela do que dentro. Explico: Segunda-feira passada estive em Salesópolis desenvolvendo uma palestra. Na terça, dei uma passada rápida em Guarulhos para fechar uma parceria e de noite fui eu e o pessoal da Associação Literatura no Brasil fazer um sarau para o EJA. Na quarta fui até Jabaquara palestrar sobre literatura para os alunos de um colégio particular. Quinta, apenas de noite apresentamos um sarau para outra turma do EJA e hoje, sexta, parto às 18h para cidade de Arujá, onde faço parte do jure de um concurso literário. UFA. Digo que de lá ainda saio correndo para prestigiar o lançamento do livro do meu amigo Alessandro Buzo lá na av. Paulista. Aproveito e convido todos a chegarem por lá, pra conferir mais este lançamento que faz parte da Coleção Literatura Periférica, e que já lançou o Sérgio Vaz e agora o Buzo, na sequência tem a segunda edição do meu livro de contos "85 Letras e um Disparo" - revista e ampliada com novo prefácio do Scliar e apresentação do Loyola Brandão. Salve todos.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Livros e livros

Em breve segunda edição
Segunda edição daqui há uma semana em todas as livrarias do Brasil