quarta-feira, março 31, 2010

Próximo debate-papo

2o Suburbano em Debate __________________________________ 01/04/2010 (das 19h às 21h) - grátis _____________________________________________________ Tema: A produção literária na periferia _____________________________________________________ Mesa: Sacolinha _________________________________________ Rodrigo Ciriaco ________________________________________ Robson Canto ______________________________________________ Mediador: Alessandro Buzo _____________________________________________________ Local: Livraria Suburbano Convicto no Bixiga Rua 13 de Maio, 70 - 2o andar (grátis) Inf: (11) 2569-9151 suburbanoconvicto@hotmail.com http://www.livrariasuburbanoconvicto.blogspot.com/

Leituras

Agora, o próximo livro que iremos discutir no Trocando Ideias, é "Mensagem" de Fernando Pessoa. Mas como será somento no dia 27 de abril, volto agora para o Brasil e vou ler alguns livros que faltam para completar a leitura de Graciliano Ramos. Li quase todos do autor, só faltam três. Vou começar por "Angústia" que encontrei no sebo por R$ 2,00.
Eu só não li todos do Graciliano, mas tenho todos em minha modesta biblioteca de 900 títulos.
Desculpa aí, não é modéstia não, é só pra constar.
Saudações Literárias!

Ateísmo e Amor

Assim como a morte suspende suas atividades e para de matar, Saramago suspende seu comunismo e resolve falar de amor em “As Intermitências da Morte”. Depois de ter lido, quase numa sequência, quatro livros do autor, me vi chateado ao terminar a leitura dessa obra. Creio que, embalado pela leitura de outros livros, me vi empolgado e dei com a cara na parede. A ideia foi boa, mas parece que Saramago foi derrubado por ela ao não desenvolver de forma gostosa, onde a leitura fluiria sem problemas, igual nosso dia-a-dia, sabendo que não somos eternos e que algum dia iremos morrer. No começo a leitura é boa, mas antes de chegar na metade, fica cansativa demais, e as belas citações filosóficas que Saramago tem como marca, aqui se tornam um saco. O enredo é chamativo: A morte resolve suspender suas atividades e a partir do dia 1º de janeiro ninguém morre no país. Como conseqüência, aparecem centenas de problemas, entre eles econômicos e sociais. De início as pessoas acham aquilo uma benção; Que beleza! A eternidade. Ser imortal. Porém, os pontos negativos são superiores aos positivos. É aí que a morte consegue atingir seu objetivo: o de mostrar aos ingratos seres humanos que ela não é tão ruim quanto parece, e que sem ela, estaríamos num caos permanente. É só imaginar que você vai completar 200 anos, todo enrugado, cheio de dores, sem enxergar, envergado, sem se mover, só o osso, sendo rejeitado por parentes e até pelo asilo, e que mesmo o seu coração quase parando, você não morre. Pode ter certeza, a coisa que você mais vai querer é a morte. Depois que as pessoas entendem o recado, a morte volta a matar, só que com um diferencial: dessa vez as pessoas serão avisadas uma semana antes de sua morte, por uma carta cor de violeta. Novo caos. É isso o que o livro trata. Para mim, além de me levar ao debate com alguns escritores da Associação Cultural Literatura no Brasil, ainda serviu para algo mais importante: perdi o medo da morte. Mas, por favor, que eu não morra agora, tenho muito o que fazer e já entendi que a morte, para o bom andamento do mundo, é muito importante. Por isso, dona morte (no livro ela gosta de seu nome no minúsculo), me poupe por agora. Sei que você é necessária. Neste livro Saramago continua com seu ateísmo veemente e com suas ironias religiosas, mas o que me surpreendeu de fato foi que ele deixou de lado seu comunismo para dar espaço ao amor. Sabem o que acontece no final? Simplesmente a humanização da personagem principal. Um pouco mais da metade do livro até o final, parece que o autor fecha as cortinas e só circula no palco dois personagens: a morte e um músico que parece se recusar em morrer. A gélida e irreversível morte, para conseguir matar esse músico, se transforma em mulher, se apaixona, faz amor com ele e vira um ser humano. No dia seguinte ninguém morre.

domingo, março 28, 2010

É terça

Trocando Ideias discute José Saramago
Promovido tradicionalmente todo mês pela Associação Cultural Literatura no Brasil, com o apoio da Prefeitura de Suzano, o Trocando Ideias de março será realizado nesta terça dia 30, a partir das 20h, no Centro de Educação e Cultura "Francisco Carlos Moriconi" (Rua Benjamin Constant, 682 - Centro - Suzano - SP). Desta vez, o livro de José Saramago "As Intermitências da Morte", foi escolhido para ser discutido entre os presentes. Serão abordados o conceito, o tempo e o espaço da obra, além do processo de construção dos personagens. A facilitação do debate ficará na responsabilidade do escritor Sacolinha. Qualquer pessoa pode participar gratuitamente, desde que tenha lido o livro. Informações: 4749-0384 / 7615-4394

sábado, março 27, 2010

Imagens da Feira

Sábado passado rolou mais uma edição da Feira de Troca de Livros e Gibis. Dessa vez, as trocas e o espaço de convivência superaram as outras edições. Tivemos mais de 200 trocas que envolveram cerca de 500 livros.
Os músicos da Associação Cultural Literatura no Brasil chegaram trincando. Aí já viu, né? Aproveitamos o violão e tome poesia.
Veja algumas imagens clicadas por mim:

sexta-feira, março 26, 2010

A Caverna está em nossa cabeça

Acabo de finalizar a leitura de mais um livro do Saramago, “A Caverna”. E estou no livro até agora, pasmo, com medo de mim mesmo e cheio de inquietações. Logo eu fui ter acesso a esse livro? Uma eterna criança com medo das contradições, Dane-se. Não é eu quem sempre falo que devemos ler livros que estraguem a gente? Então, A Caverna é um desses livros. Nele Saramago recria o “Mito da Caverna” de Platão, através da vida de uma família de oleiros que somente depois de ter os produtos totalmente rejeitados é que se libertam de uma caverna onde estão sentados num banco de pedra olhando sombras na parede, projetadas por uma fogueira atrás deles e que eles pensam ser somente isso o mundo. O momento da leitura em que comecei a ficar mal foi quando Cipriano Algor, um dos protagonistas, encontra numa caverna embaixo de um shopping Center, seis corpos humanos acorrentados em bancos de pedra. Aí ele mesmo senta e começa a chorar. Não há nada mais triste, mais miseravelmente triste do que um idoso a chorar, ainda mais numa situação como esta, onde depois de mais de 60 anos ele descobre que foi enganado, sendo obrigado desde o berço a pensar assim, trabalhar assim, consumir assim e achar assim. Acho que nunca sairei desse livro, e se sair não será ileso, pois estou desde ontem a procurar um lugar nesse mundo que não é uma caverna, inclusive creio que a maior delas está em nossa própria cabeça.

Vídeo do youtube que explica o que é o mito da caverna

Agora vou iniciar a leitura de “As intermitências da Morte” também de José Saramago, pois na terça que vem tenho um debate sobre ele.

quinta-feira, março 25, 2010

Espetáculo no Pavilhão

Salve, salve meus queridos e minhas queridas. Entre tantas correrias que sou envolvido, parei agora aqui no blog para destacar uma delas. Trata-se de uma peça teatral encenada ontem no Pavilhão da Cultura Afro, em Suzano. A peça foi baseada no texto "O enfermeiro" do escritor negro Machado de Assis, e encenada pelo grupo de teatro formado em Suzano para o projeto de incentivo à leitura "Letras de Luz". Então unimos o útil ao agradável. Aqui na cidade, onde somos município pólo, eu é quem coordeno o Letras de Luz, e estou tocando um projeto também no Pavilhão.
Seguem imagens abaixo clicadas por mim.

terça-feira, março 23, 2010

Tô convidando todo mundo

Feira de Troca de Livros e Gibis acontece neste sábado
No próximo sábado (27/3) a Prefeitura de Suzano em parceria com a Associação Cultural Literatura no Brasil, realiza mais um vez na cidade, a Feira de Troca de Livros e Gibis que será realizada das 10h às 16h, no hall de entrada do Centro de Educação e Cultura "Francisco Carlos Moriconi" (Rua Benjamin Constant, 682 – Centro – Suzano - SP). A feira é realizada todo último sábado do mês. Dessa vez teremos apresentação musical com Marcio Sam e Banda Lítero Musical, exibição do Vídeo-Literatura / Projeto Experimental e do filme Palavra (En)Cantada, além de um sarau de poesias e espaço aberto para quem quiser se apresentar. Os interessados podem comparecer no espaço e fazer troca no stand da prefeitura, da associação ou trocar com outros usuários que estiverem no local. Gêneros como romance, poesia, crônica, cordel e HQ, fazem parte do acervo de troca da feira. O objetivo é criar um espaço de convivência entre escritores, poetas, colecionadores, educadores e leitores em geral. A entrada é gratuita e não tem classificação etária. Outras informações sobre o evento podem ser obtidas pelo telefone (11) 4747-4180.

sábado, março 20, 2010

Quem sabe menos das coisas, sabe muito mais que eu!

_______ Nesses últimos dias venho dedicando cerca de 6 horas diárias na produção do meu novo romance, o "Estação Terminal". Fico até às 2h ou 3h da manhã escrevendo, deletando, refletindo, criando fatos e pesquisando.
___________________________________________________ O tema central do livro foi vivido por mim durante 12 anos. O livro é a história do terminal Metrô Itaquera e os problemas que o cercam, como o transporte clandestino e alternativo, os ambulantes, os moradores de rua que vivem ali, pedintes, máfia dos policiais e a máfia da Viação Cidade Tiradentes. O romance é permeado pela vida de sete protagonistas: Pixote, Gago, Mastroloco, Maria José, Cadeirinha, Arilson e Helton Lima. Todos com seus conflitos e crises que fará do livro um instrumento da verdade humana para o leitor desatento entender que precisa ser chocado pra acordar para a realidade que o cerca.
___________________________________________________ Como sempre faço em minha criação literária, uso de todos os meios possíveis de pesquisa para compor um texto que seja bom. Assim como ouvi centenas de músicas de forró, quando compus o conto "Os Prazeres de Sara" para os Cadernos Negros 28, hoje, escrevendo "Estação Terminal", o computador aqui de casa fica conectado à internet o tempo todo, pois o livro se passa entre os anos de 1988 à 2006, antes da chegada do Shopping Itaquera e poucos anos depois da chegada do Expresso Leste e do Poupa Tempo. Com isso estou ouvindo muita música, músicas que ouvia nas viagens de lotação que fazia como cobrador da Cidade Tiradentes até o Metrô Itaquera, ida e volta, músicas que meus companheiros de trabalho da época, abriam a porta de trás da kombi ou da van e aumentavam no último volume.
____________________________________________________ Meu ex-patrão adorava Roberto Carlos. De segunda a sexta-feira, das 5h às 6h da manhã, ouvíamos "As canções que você fez pra mim", programa na Nativa FM, apresentado pelo Dudu Braga, o segundinho, filho do rei. Foi assim que aprendi a gostar de Roberto Carlos, que aprendi a ouví-lo. Portanto, estou re-ouvindo diversas músicas para voltar de verdade à esta época, época que presenciei mortes de dezenas de amigos e passageiros, por conta do olho grande de muitos motoristas, e de policiais mafiosos que tomavam de assalto linhas de lotação para enriquecer. Época que a ex-prefeita Marta Suplicy enfrentou a máfia dos empresários da Viação Cidade Tiradentes e do Sindicato do crime, época do nascimento das cooperativas do transporte alternativo e dos lucros exorbitantes das concessionárias de vans, sprinters e microônibus.
Porém, vale dizer que o livro é ficção, mesmo baseado em todos esses fatos dito acima. É que é necessário recontar literariamente os fatos pra dar espaço e voz aos ditos vencidos na história da humanidade.
_________________________________________________ Postei abaixo quatro músicas que me remetem à época. Mas creio que somente eu, ao ouvir essas músicas, ter vivido 12 anos nesse lugar e agora relembrando momento á momento, através de minhas anotações e de lembranças, sofro com tudo, por tudo e por todos. Mas nenhum de vocês sabe o tamanho dessa dor, muito menos a quantidade de lágrimas que derramo nessas madrugadas de criação desse romance.
Talvez é porque eu seja muito sensível. Mas bem sei o que vi, e algumas coisas só entendi depois, porque iniciei lá com 8 anos de idade. Quem sabe quando lerem o livro sintam essa angústia. Se isso acontecer, o romance cumprirá sua missão.
Leminsk disse em um dos seus pequenos textos que um homem com dor anda mais elegante.
Nunca fui tão elegante em toda a minha vida.

sexta-feira, março 19, 2010

Mais de mim!

Essa aqui foi uma entrevista que concedi ao programa The Eduardo Freire Show. Qualquer semelhança com outro programa é mera coincidência.

quarta-feira, março 17, 2010

Peripécias de Minha Infância - Capa

Lançamento em agosto de 2010
Ilustrações: Beto
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Livro selecionado na Bolsa Funarte de Criação Literária - Ministério da Cultura - Governo Federal

A arte de aprender com os outros

Á pouco tempo criamos dentro da Associação Cultural Literatura no Brasil o projeto "Conte Sua História", onde uma vez ao mês um integrante da associação conta toda a sua vida e em que momento ela se encontra com a literatura. O primeiro a abrir as páginas de sua vida foi o Cákis. Ontem foi a vez da professora Maria Cristina.
A certeza que temos é que quando damos a chance de um companheiro falar de sua vida, nós aprendemos muito e valorizamos mais esse companheiro, principalmente como ser humano.
Veja as imagens:
fotos: Landy e Sacolinha
Profª Maria Cristina escritores, poetas e músicos da associação viraram público Mano Cákis, depois de contar sua história, virou espectador
Marcio Sam nas perguntas...
... enquanto a Alanda dorme no colo da mãe

domingo, março 14, 2010

Imagens do Sarau

Família da Débora Garcia: Martinália Jady e Seny, pagando de cantoras
Trio Maxixe
Antes do sarau essa turma resolveu brincar de ciranda
Marcio Sam e a MPB
Dany Morais toda contente
Francis e seus cordéis
Eu, todo orgulhoso, mostrando o que será a capa do Peripécias de Minha Infância
Grupo Ensaio Geral
Sábado estive numa maratona de três compromissos. Entrevista no programa da Rádio/TV Contadores de Mentira, Assembleia geral da Literatura no Brasil e o Pavio da Cultura, que foi lindo, e que nem as imagens conseguem descrever, muito menos as palavras. Confira abaixo as participações:
Fotos: Silvia Seny e Cristina Ramos
Seny e Peterson numa apresentação lítero-musical
Teatro: Os 100 barbas Paulo Odair Débora Garcia fazendo teatro de sua poesia
Francis Gomes no meio do público
Fabiano (Biko) recita sua letra de Rap
Pinguinho e suas histórias que lembram Rolando Boldrin
Francis e Guel cantam Chico Mineiro
Sacolinha sorteia livros
Peterson e Valdivino cantam "Agora eu Sei"
Público e artistas se confundem na plateia
D. Elisabete e sua simpatia
Trio Canela Fina
Marcio Sam, Sacolinha e Nelson Olavo
Estevão Ray, fez um mini concerto de piano: tocou até Bach
Dany Morais
Seu Lourenço fez uma interpretação com o celular
E a Jady aproveitou a saída da mãe dela e disse pra todos que estava disponível para beijos, abraços... quem se habilita?