Jabuti, Alpharrábio e África
Essa semana foi cansativa, ou melhor, produtiva. Na segunda e na terça estive em reuniões com candidatos a deputados estaduais e federais, para discutir propostas culturais ao município.
Porém, foi na quarta-feira que senti nojo. Fui eu e mais oito pessoas da editora Ilustra á entrega do 48º Prêmio Jabuti, na Sala São Paulo. Logo no início de tudo fiquei do lado de fora tentando vender uns livros, mas as pessoas não queriam nem pegar na obra. Desencanei de tudo e resolvi entrar. Tirei o meu convite da bolsa e após as formalidades da entrada me senti um estranho no ninho. Só havia mesmo o Sacolinha de traje esporte, ou seja, de camisão e calça larga, o resto estava tudo de social. Nem liguei, peguei uns cartões na carteira e comecei a articular uns contatos. Quando vi que muitos não davam atenção, coloquei os cartões no bolso e fui apreciar o coquetel. Vi quitutes que jamais sequer havia ouvido. Cheguei numa mesa que estava transbordando de comida, observei com desconfiança uns palitos dobrados e pensei que era igual japonês. Aí foi quando peguei um palito e fui agarrar algum quitute, a garçonete não perdoou:
- Senhor, esse palito já foi usado, está quebrado.
Putz, achei que era assim mesmo, que era quebrado para facilitar a vida de quem ia agarrar alguma salgado. Aí a garçonete me explicou que eu deveria pegar um palito inteiro, espetar a azeitona, o ovo de codorna, e outros nomes que jamais ouvi falar.
- Depois que o senhor comer, aí quebra o palito e joga aqui ó.
Caralho, ainda bem que o pessoal da minha editora estava longe, senão seria sarro á noite inteira.
Peguei um copo de refrigerante e saí andando entre as pessoas, derrepente eu escuto:
- Sacoliiiiiiiiiiiiiinha, meu camarada...
Era o meu amigo Marcelino Freire, ganhador do primeiro lugar na categoria de contos. Conversamos á pamparra. Ele disse que também estava incomodado com o ambiente e que não via a hora de agarrar logo o Jabuti, a grana e ir pro boteco, junto aos amigos.
Conversa vai, conversa vem, começaram (com uma hora e meia de atraso) com a entrega do prêmio, mas antes teve uma falação danada.
Resumindo: O prêmio de melhor livro do ano ficção e não-ficção foram para:
Ruy Castro com a biografia de Carmem Miranda
E Milton Hatoum com o romance Cinzas do Norte
Ambos da Cia das Letras. Eita laia.
Até o Gabriel Pensador estava lá e ganhou em primeiro lugar na categoria infantil com o livro “O menino que se chamava Rorbeto”.
O de melhor poesia foi para o Afonso Romano de Sant’Anna
Após a entrega da premiação, mais coquetel. Comi, bebi, bebi e comi. É claro que não morri pagão, conheci a Luciana do Senac, que ficou de agilizar umas palestras em algumas redes dessa instituição.
Os caras da editora resolveram ficar até o fim de tudo. Resultado: Dormiram na rua.
Eu cheguei em casa às 01h30.
Alpharrábio e África
No dia seguinte; faculdade, secretaria de cultura e de noite Santo André, onde tive reunião na livraria Alpharrábio para combinar com a Dalila um lançamento do meu novo livro. Para contemplar a região do ABC, é claro.
Em seguida fui à sede da OAB para participar da reunião que discute o projeto “Expedição Brasil/Angola” sobre a lei 10.639 que inclui a história da África no currículo escolar.
Visitamos o Shopping Santo André para deixar uns livros na livraria de lá e depois fomos embora, eu e o Flávio, editor da Ilustra.
Ontem, novamente faculdade, trampo e de noite casa, porque estou cheio de coisas pra fazer, e não dá pra ficar articulando o tempo todo fora de casa né?
Hoje estou aqui fazendo dois trabalhos para a faculdade e produzindo uns contos. Mais tarde tem reunião do movimento negro de Suzano, á noite vou para Barueri. E por enquanto é só.
Quero ver quando eu casar.
sábado, setembro 16, 2006
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