E na quinta-feira passada rolou mesmo o bate papo sobre a produção literária na periferia. Foi lá na Loja Suburbano Convicto, bairro do Bixiga, centro de São Paulo.
Na mesa, eu, Robson Canto e Rodrigo Ciríaco. Direcionei minha fala para os editais de incentivo à cultura, que estão consolidando o que já existe há um bom tempo, que é o trabalho dos artistas que residem na periferia. Porque mesmo que esses artistas consigam lançar o seu trabalho, eles precisam fazer circular. No caso de nós, escritores, além de publicar, temos que distribuir, divulgar e vender. E sem uma editora, fica difícil. Seu público leitor será seu pai, sua mãe e seu vizinho. É aí que entram os editais para consolidar o nosso trabalho, porque com grana na mão dá pra você estruturar as coisas: ou paga um distribuidor, ou traça um plano independente de distribuição e venda.
Citei como exemplo os editais: VAI, Pontos de Cultura, Prêmio São Paulo de Literatura, Bolsa Funarte de Criação Literária, Prêmio Sesc de Literatura, entre outros.
E também disse que é graças à política cultural do Governo Lula que outras esferas de governo (estadual e municipal) lançaram editais às pencas para a classe artística. Sem contar que antes era impossível se inscrever como pessoa física. Hoje, qualquer cidadão pode se inscrever nesses editais, desde que tenha RG e comprovante de endereço. É claro que pra literatura ainda é pouco, sem contar que a maioria dos editais literários não é para o escritor e sim para o livro e a leitura.
No mais, citei que nós três ali na mesa fomos beneficiados com verba pública: o Canto lançou seu livro com verba do VAI, o Ciríaco acabou de ser aprovado no Vai com seu grupo de teatro, e eu em 2009, ganhei a Bolsa Funarte e o ProAC 15.
Saudações literárias!