7 anos: de bermuda azul clara
11 anos: de camisa branca
14 anos: 3x4 retirada da carteirinha de skatista
16 anos: de boné vermelho, 2 anos antes de ler Carolina de Jesus
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Não foi difícil chegar até aqui! Pra falar a verdade pessoas como eu, que nascem na periferia, sem pai, com mãe de 16 anos que acaba de chegar em São Paulo, acabam se acostumando com as dificuldades que a vida nos impõe.
O fato é que fui uma criança muita criativa e viciada em felicidade. E nos momentos de tristezas e necessidades, procurava pensar nos dias felizes que viriam.
Assim cresci. Morei a maior parte da minha infância e adolescência na região de Itaquera, Zona Leste, nos bairros de Vila Carmosina e Cidade Líder. Vim para Suzano em 1998, quando acompanhei minha avó Geralda que fugia do aluguel de R$ 550,00 mensais.
Trabalhei 12 anos como cobrador de lotação, entreguei panfletos em faróis, empacotei mercadoria em supermercados, depois fui jornaleiro, assistente administrativo e depois entrei na secretaria de cultura de Suzano, onde estou até hoje.
Em dezembro de 2002 fundei o Projeto Cultural Literatura no Brasil, hoje funcionando como Associação Cultural Literatura no Brasil.
Quem me tornou leitor foram as duas instituições paulistas que mais fazem o povo sofrer: A Polícia Militar e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Quem conhece minha história literária sabe dessa passagem de minha vida.
E quem me tornou escritor foi a Carolina Maria de Jesus. Devo tudo a ela.
Ontem, dia 09 de agosto, completei 27 anos de vida. As pessoas que não me conhecem me dão mais idade, dizem que é pela experiência e bagagem que tenho. Devo isso à disposição e atitude presentes em mim desde cedo.
Hoje escrevo para mudar a vida das pessoas, se não for para isso então pra mim acaba a empolgação da escrita.
Todos os meus livros fazem parte de um quebra-cabeça que, se montado, acaba contando tudo sobre mim. Essas quatro primeiras obras encerram este quebra-cabeça. O leitor fique a vontade para juntar as peças e saber quem eu fui e quem eu sou.
Se tivesse plantado uma árvore, feito um filho e escrito um livro, eu não morreria feliz. Mas agora que escrevi quatro livros, sinto que finalizei um enorme volume. A necessidade que tinha de contar as coisas era tão grande que só amenizou com esses livros escritos e publicados. Agora, o que eu for escrever pode demorar mais de cinco anos para ser lançado. Caso eu escreva alguma obra e publique antes desse tempo, é porque surgiu uma urgência.
Abaixo seguem as capas dos meus livros. Outras publicações que organizei ou participei estão no lado direito desta página.
Quinta-feira agora não será apenas um lançamento, será uma celebração. Por isso convoco todos os meus amigos, leitores e conhecidos para celebrar esse momento.
Estão todos convidados.