"Acordei na madrugada, eram umas três da manhã, aí arranquei a minha cabeça, coloquei vinho dentro e bebi gostoso. Depois lá pelas cinco levantei assustado e fui pra parede ouvindo policiais gritando no meu ouvido"......................................................
Essa frase foi eu quem disse na manhã de hoje, explicando para o médico dois momentos de alucinações que tive. É isso mesmo, quando fico gripado tenho momentos ruins como estes dois citados acima. A minha gripe é igual eleição, só acontece de dois em dois anos, é gripe bienal. Mas quando vem é pra derrubar e não adianta Benegrip, Coristina, e outros remédios, inclusive essas dicas que o pessoal dá por aí:
- Ô fulano, tá gripado? Faz isso.
A minha gripe só vai embora depois de quatro dias e ainda assim com uma bela injeção de Bezetacil.
O fato é que ontem, 14, estava muito ruim, mas mesmo assim não cancelei a palestra lá na escola do Prof. Rodrigo Ciríaco. Lá, em reforma, o pó comendo solto no meu nariz, a sala com 34 crianças e adolescentes. Coisa muito boa viu?
A molecada tudo prestando atenção às minhas palavras, tudinho que eu dizia, grande responsabilidade. Esse é um projeto capitaneado pelo Rodrigo Ciríaco, prof. que dá aula na mesma escola. O que vale ressaltar é que este projeto "Literatura (é) possível" além de ser organizado é também bancado pelo Ciríaco. O cara usa o carro, gasta gasolina, compra livro e dá a própria cara pra bater, sem ganhar nada com isso, sem se beneficiar, exceto é claro, com o sorriso das crianças que participam do projeto que leva todo mês um escritor. O primeiro a visitar a escola, foi o amigo Marcelino Freire, depois foi eu, e ainda tem Alessandro Buzo, Allan da Rosa e outros.
Enquanto eu falava, conversava e recitava poesia, as reações da gripe estavam amenas, depois foi caindo... e veio: febre, dor de cabeça muito forte, corpo mole e dolorido, cansaço, indisposição, vista embaçada, tontura e nariz entopido. Pronto, a gripe havia se instalado de vez em mim. De madrugada tive alucinações horrendas e troquei o cobertor duas vezes de tanto que eu suava. A dor de cabeça era tanta que pedi para morrer várias vezes, acreditem. O chá (mel, limã, hortelã e gengibre) que tomei á noite não adiantou. Lembro ainda que calculei minha vida e cheguei á conclusão que se eu morresse ali, naquele momento seria injusto, pois ainda não sou pai, o meu maior sonho, e só estarei pronto para morrer quando tiver curtido meus filhos, no mínimo cinco.
E quando foi seis e meia da manhã acordei cantando "Poema" de Raul Seixas. "Eu hoje tive um pesadelo e acordei há tempo, eu acordei com medo e procurei no escuro alguém com seu carinho..."
Havia de fato ressuscitado, pois passei a madrugada pagando meus pecados no inferno, alucinações à lá Byroniana (Lord Byron).
Acordei com sede, sede de continuar fazendo as coisas, se articular e mudar de fato a vida de muitas pessoas, que é o que ando fazendo, sem demagogia.
Morri por algumas horas, mas ressucitei para continuar sendo o pesadelo de muita gente.
Saudações!