Iniciei o ano finalizando "O ano da morte de Ricardo Reis" de José Saramago. Aí dei uma pausa no autor de "As intermitências da morte" para dar um respiro. Então fui ler um autor nacional, nordestino: José Lins do Rego.
Advinha qual livro?
Fogo Morto. Me ferrei. Sabe porquê?
Queria dar uma folga para minha mente, parei de ler o Saramago e peguei o Zé Lins achando que seria mais light. Putz, mas logo o Fogo Morto?
Porque não o "Menino de Engenho"?
Sei lá, deve ser porque na minha biblioteca em casa, de 852 volumes, o do Zé Lins tava me chamando.
Que triste vida a dos personagens: Mestre Zé Amaro, Seu Lula e o Papo Rabo Capitão Vitorino Carneiro da Cunha.
Através desses três sertanejos, dá pra ter ideia da desumanização que o nordestino sempre sofreu.
No fim da leitura chorei igual Mestre Zé Amaro. Eu parecia um usuário de drogas acuado no centro de São Paulo com a fome dando picadas na parede do meu estômago.
Não saí em vão. Tô arrasado. Confesso.
Não valo nada, não presto pra nada. Tô de fogo morto.