segunda-feira, julho 16, 2007

Conto de mesquinharia

Intolerância
DE SIS TI. Não dava mais menina. Acordei de manhãzinha, liguei pra minha mãe e pedi pr’ela me buscar. Arrumei minhas coisas e ZAP. Fui. Quando ele acordou eu já tava looonge. Agora imagina: eu, desprendida desse jeito, adoro uma farrinha, uma cervejinha... Ficar com aquele parasita? Não deu amiga. Vi que aquilo não era pra mim. Depois que ele entendeu ligou pra minha pessoa, resmungando que eu nem tinha se despedido. O que ele queria? Beijinho, sexo e café da manhã na cama? Ah, não vigia não pra vê. Deixei tudo lá, só peguei minhas roupas e meus cd’s, não quis mais nada. Essa vida não é pra mim. Esperta foi minha prima, faltando dois dias pro casamento dela, cancelou tudo. Ainda ligou para o noivo e disse que não iria casar porque não gostava dele. Ririririri. Só rindo mesmo, né? Agora imagina, depois de quatro anos juntos é que ela foi avisá-lo disso. Pode? Ah, eu sei que eu sou eu. Num gostei de uma coisa, renuncio. Num sô obrigada. Mando tudo pro inferno. Esse emprego mesmo, onde já se viu? Folguei ontem que era sábado pra trabalhar hoje. Uhhh, ninguém merece. Num fiz nada, fiquei pra cima e pra baixo o tempo todo. Bebi duas cervejas lá no bar e fiquei zanzando igual cachorro faminto atrás de algo, sem necas de catibiriba pra fazer. De tarde fui com meu irmão no mercado, aí tomamos uma cerveja e pronto. Foi assim a minha folga. Tomara que hoje o ambulatório esteja funcionando. Vou fingir que tô passando mal só pra não atender. DO MIN GO, UM SOL DE SSE, o povo tudo na rua se divertindo e eu LÁ, com o fone no ouvido OUVINDO reclamações dos filhinhos de papai. Ah, nem morta minha fia. Sexta eu fui lá na boate da Radial, eu e a Cléia. MI NI NA, tinha dois gabirú lá, que pelo amor de Deus. Primeiro só ficaram nos olhando, depois vieram com um papinho de colocar o copo em cima da nossa mesa... ai, ai, ai, ai, ai. A Cléia olhou pra mim, viu qu’eu num tava gostando nada daquele papo furreco e me chamou pro banheiro. Aí, combinamos de ir pr’outra balada que ali num ia dar em nada. Fomos lá pro Atelier’s Bar, ali na Vila Madalena. Conhecemos muita gente. Só tinha um palerma por lá que insistiu querendo o meu telefone, aí passei o da Cléia e pronto. Dancei muito. Ririririri. Ah, eu sô muito baladeira. Quem num gosta disso é minha mãe, vive reclamando. Eu falo, “mãe, tô saindo” aí ela “pra onde minha filha”, “ah, sei lá, vou pra balada”. Aí reclama, reclama, reclama. É que ela é crente tadinha. Vive dizendo Deus pra lá, Deus pra cá. Aja paciência. Vamos marcar uma baladinha semana que vem, amiga? Tem que ser boa, nóis vai lá pro centro que tem bastante opção. A gente arruma alguém que tenha carro pra nos trazer. O ruim de nóis morar desse lado é a condução. Sair lá dos cafundó de condução, é a gota. As minas que vão pr’esses bailes daqui do centro, só vem de carro. Precisamos arrumar uns amigos motorizados. Mas num pode ser qualquer carro não. Teve uma vez que eu marquei encontro cum menino pela internet. Ele tinha carro e tudo, mas quando eu cheguei no local, que vi aquele barango, corri que nem uma doida de volta pra casa. Eu hein, xô, credo e cruz. Taí outra coisa que num tenho paciência. Esse negócio de ficar batendo papo no computador. Eu num fico mais que uma hora. Digo tchau, que tô saindo, ou marco logo um encontro e PRONTO. E essas pessoas que ficam na internet procurando namoro é porque num tem papo. É tudo nerd, não sai de casa e não sabe conversar. Eu hein, isso é cilada na certa. Ai amiga, essa nossa vida, num suporto. Só por Deus mesmo. Deixa eu ir, antes qu’eu resolva dar meia volta e mandar tudo pro inferno junto com meu supervisor. Bye, bye.
Sacolinha!